terça-feira, 30 de março de 2010

QUEM QUER UM POETA?

José Ribeiro Zito (Portugal) e Cleide

Quem quer um poeta
Embrulhado em poema vivo
Onde o amor se declama
Com voz sem medo das palavras,

Queria poder o poeta alcançar
Desembrulhá-lo ao luar
Sem receio de torná-lo impuro
Quando aos seus versos tocar.

Um poeta vagabundo do mundo
A empurrar a lua com golpes de estrofes
Para mudar de constelação
E afundá-la de brilho no luar?

Se eu pudesse ser sua estrela errante
Para no céu, ele me ter brilhante
Desenhando em todas as suas estrofes
A luz do amor em constelação cintilante.

Quem quer um poeta
A suspirar de brancura corada
Sem imaginação de versos
Que apenas sabe utilizar uma palavra,

Não seria coberta pelo véu incolor
Nem murmúrios da noite me seriam dor
Seus versos me trariam a alegria
E de cores seria o céu com o seu amor.


Palavra branca sempre repetida
Sem a mais leve erosão
No presente indicativo do verbo amar,
Amar, amar, e sempre amar...

Sua palavra branca soltaria ao vento
Calando com o verbo amar, o lamento
Faria de mim a sua poesia mais pura
E não mais do amor seria meu peito isento.

E depois não sabe mais nada?

Conhecendo o nada seria meu poeta do tudo!


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