terça-feira, 24 de agosto de 2010

LÁGRIMA DA SAUDADE

DELEY e CLEIDE


Brincam com a brisa os girassóis,
Ensaiam uma cantiga os rouxinóis.

Margaridas em brancos lençóis,
Dispõem-se diante da luz de sóis,

O sol, sereno aconchega o dia,
Colibris esbanjam categoria.

A natureza em formosa poesia,
Deita a sua aquarela em harmonia.

Rosas multicores exalam suavidade,
Uma criança sorri; inocente felicidade.

Sem a sombra ou vulto da maldade,
Resplandece na face sua verdade.

Folhas caem pelo chão,
Sem rumo – logo se vão…

Quem sabe, elas te acharão
E de volta aqui te trarão…

Na estação, lamenta alguém,
Deve ter perdido o ultimo trem.

Ou sente a falta do seu bem,
Que deixou atrás ou mais além.

Ao longe, ouço dobrar de um sino,
Exorcizo o meu desatino.

Ah! Se soubesses menino,
Quão difícil é seguir esse destino…

Mas, descontroladamente me vi,
Sentindo uma saudade doída de ti.

Eu apenas por aí andei, e sobrevivi…
Sem ti e o teu amor, quase morri.

Pago um alto preço por acreditar,
Que como te amei – irias me amar.

Preço maior pago eu, por ainda te amar
E em segredo em mim te guardar.

Enquanto os comuns das coisas passam,
Incomuns – meus olhos embaçam.

E meus olhos rasos d’água os seus caçam,
Infelizes – não mais o teu olhar traçam.

Deixo escapar um suspiro sonoro,
Tento me conter; não dá; então choro.

A tua lembrança no peito em coro
Fecunda a lágrima, em silêncio canoro.


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