terça-feira, 4 de maio de 2010

TORRE DA ESPERANÇA


De concreto, branca, ali está ela
Destaca-se do que há em sua volta.
Árvores frondosas a cercam...
Corpos entram e saem dela.
Semblantes de dor... Semblantes de paz
Do alto observo...
Pingos de gente, crianças que choram
Mulher de andar elegante, homem apressado
Um trabalhador no telhado, ônibus lotado.
Andam com pressa, não notam a grande torre
Torre que abriga os que sofrem.
Escondido pelo concreto, sentimentos!
Janelas meio abertas... Portas trancadas.
Grades à volta, interrompendo sonhos
Presos na eternidade.
Nada se vê tudo tão fechado...
Vidas nascem e partem.
Vida abundante... Corações amargurados.
Sonhos criados... Sonhos desfeitos
A noite é um silêncio tão presente.
O Sol que ilumina, não entra nos quartos
Onde sorrisos tímidos são guardados
Pelas lágrimas que escorrem solitárias na face.
Caminhos que surgem trazendo esperança...
Caminho interrompido, sem ter mais volta.
Esperança que resta... Indagações sem respostas.
Reflexões num tempo, um tempo de espera
Almas em corpos... Corpos sem almas
Alma e corpo no mundo de agora
Milagres na fé... Orações ouvidas
Vida chegando com um choro
Adeus sem um gesto, partida solitária
Gente que nasce... Gente que parte
Sorrisos que surgem... Lágrimas que marcam.
Dor... Alegria... Solidariedade...
Vividos e compartilhados
Dentro da grande Torre, chamada;
De Santa Casa.


*Homenagem feita no ano de 2003
onde passei longos e tristes dias ao lado de minha mãe
até a sua partida e pude vivenciar as dores de muitos
as alegrias de vidas surgindo e por essa Casa sendo acolhidos.



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